E
mais um dia, como todos os outros, acabava de começar. Acordei, cambaleando com
um zumbi, e fui em direção à cozinha, onde provavelmente haveria uma mesa
recheada de comida gostosa. Talvez esse fosse um dos únicos motivos que me
faziam acordar. Dei bom dia para a minha mãe, que estava sentada no sofá lendo
uma daquelas revistas inúteis de moda, e me sentei à mesa. Comi até não
aguentar mais. Não sei se existe alguém no mundo que cozinhe melhor do que a
Sofie. Acredito que não. Ela é a melhor cozinheira do mundo, mas também é minha
confidente, e a mais leal de todas. Fui praticamente rolando para o quarto de
tão cheia que estava. Tentei me arrumar rápido para a escola, pois já estava
atrasada. Quando finalmente consegui fazer tudo que precisava, sai pela porta
da frente e fui em direção ao carro, onde o Albert estava me esperando. Tenho o
mordomo mais incrível do mundo, isso eu posso garantir.
Assim
que cheguei à porta da escola, desci correndo do carro e disse ao Albert que
tirasse o dia de folga, convenhamos, ele merecia. Havia trabalhado a noite toda
em função do meu pai e teria que ficar o dia todo em função de mim. Não me
parecia justo, então, dar o dia de folga a ele me pareceu o certo. Consegui
entrar na sala para a aula de álgebra junto com o sinal, que a propósito,
acabava com os meus tímpanos todos os dias. Sentei ao lado da Caroline e da
Tris. Não que fossem minhas melhores amigas, só sentei lá, pois era o único
lugar que havia sobrado. Então ou era ao lado delas ou no banco da diretoria. A
Caroline era gentil e muito inteligente, mas só sabia falar de números e filmes
bregas. Já a Tris gostava de heavy metal, tinha o cabelo todo colorido, entre
tons de roxo, azul e preto, e usava um alargador gigante na orelha esquerda.